No campo espiritual o famoso demonologista Wierius chama-o de "o grande embusteiro", ou "o grande enganador", pela facilidade co que triunfa em lances políticos, tratados comerciais e intrigas palacianas. Talvez não por acaso territorialmente é reconhecido por dominar a América Latina.
A descrição visual de Leviatã é sempre a de uma critura abissal de proporções gigantescas. Segundo os escritos de La Légende Dorêe, datados de 1518, Levitã é comparável a um dragão, metade besta e metade peixe, muito maior que um boi e absurdamente mais comprido e rápido que um cavalo. Seus dentes são agudos como espadas e possui chifres em ambos os lados da cabeça.
O Dicionário Judaico de Lendas e Tradições de Alan Uterman afirma que os olhos do Leviatã iluminam o mar a noite e podem ser vistos a milhas de distância. A água ao seu redor ferve com o hálito quente de sua boca, o que o faz ser sempre acompanhado de cortinas de vapor escaldante. O odor fétido do Leviatã pode superar até a fragrância do jardim do Éden, e caso seu fedor lá penetrasse, ninguém poderia sobreviver. De acordo com a tradição cabalística o Leviatã simboliza Samael, o príncipe do mal, que será destruído nos tempos futuros.
Durante as grandes navegações do século XIV e XV, Leviatã personificou o medo do Mar e do desconhecido. Nesta época não foram poucos os relatos de que tripulações inteiras dragadas por este ser, que era tido como a besta marinha por excelência que se escondia nas tempestades, destruia portos inteiros e afundava as embarcações.
Sua antiguidade remete aos mitos da cosmovisão judaica onde Leviatã é considerado por alguns estudiosos como uma das criaturas primevas, ou seja, um dos seres antiquíssimos que existiam no início de tudo e que tiveram de ser derrotados por Jeová antes que se tivesse início a criação dos céus e da Terra. Segundo esta lenda Jeová matou a fêmea Leviatã para impedir que o casal procriasse e destruísse o mundo que tinha em mente. Com sua pele, delimitou as fronteiras do espaço profundo e fez roupas para Adão e Eva.
Ainda segundo a escatologia judaica, no final dos tempos, com a chegada do Messias, Gabriel entrará em uma briga de proporções cósmicas para matar o macho Leviatã, ou, segundo outra versão, fará com que o gigantesto Beemot, outra criatura primeva trave uma batalha com o Leviatã até que ambos se matem mutuamente. No grande banquete messiânico para os justos, a pele do Leviatã servirá então como um toldo gigantesco e sua carne será servida a todos.