27 julho, 2015

creepypasta: O PEQUENO SAM

13 de Maio, 1996

Meu nome é Brienne, tenho 15 anos e tenho o sonho de me tornar escritora daqui alguns anos. Decidi escrever este diário para praticar minha escrita e passar o tempo. 

Minha família é grande, tenho três irmãos e moramos com nossos pais em uma casa humilde, mas grande o suficiente para todos nós. 

Amanhã meu irmão Sam completará sete anos de idade, será um longo dia. 

14 de Maio 

Hoje acordamos bem cedo, fomos ao zoológico, em uma lojinha infantil entediante e depois comemos um bolinho em homenagem ao Sam. Meus aniversários nunca são legais assim. 

Parece que meu irmãozinho se apaixonou por um livro infantil que ganhou de um tio qualquer. 

15 de Maio 

Como eu odeio o Domingo! 

Tivemos que ir almoçar na casa da vovó Lianne, a única pessoa que foi realmente feliz pra lá foi o Sam, que não desgruda do estúpido livro. O livro, além de velho, tem desenhos mal feitos e uma leitura estranha. 

20 de Maio 

Tem sido uma semana corrida aqui em casa. Meu irmão mais velho caiu da escada enquanto descia do quarto para a sala e está internado, meu pai tem estado irritado esses dias, meu outro irmão vive trancado no quarto, mamãe está muito abatida e Sam não desgruda do livro nem pra tomar banho. 

23 de Maio 

Estamos sem notícias sobre o estado de saúde de Martin, meu irmão que caiu da escada. Tenho certeza que os médicos estão escondendo algo da gente. Encontrei Tom, meu irmão do meio, chorando ontem. Ele anda afastado de todos, mamãe está arrasada. 

30 de Maio 

Minha vida está desmoronando. 

Martin está morto, assim como Tom. Tudo em apenas uma semana, não sei de onde estou tirando forças para escrever. 

Sobre Tom, ele foi encontrado morto no quarto. Mamãe bateu na porta depois de ouvir um barulho muito alto e lá estava ele, estirado no chão. No relatório diz suicídio, um absurdo. 

Martin não resistiu aos ferimentos de um simples tombo da escada, tudo isso está muito confuso. 

02 de Junho 

Como se tudo que vem acontecendo não bastasse, mamãe e papai brigaram feio e se separaram. Consegui ouvir do meu quarto parte da conversa em que papai dizia que Sam precisava de tratamento psicológico. 

Eu teria ouvido mais se Sam não estivesse gritando “FORA!” durante a discussão. 

04 de Junho 

Nunca me senti tão sozinha. Meus irmãos (exceto Sam) estão mortos, papai saiu de casa e não entra mais em contato, mamãe parece cada dia mais esgotada e parece que só tem o Sam de filho. Já Sam, nunca o vi mais estranho, ele parece estar me seguindo por todos os cômodos. Jamais me esquecerei de ontem, quando pedi pra ver seu livro, ele se encheu de fúria e gritou algo como: “Não me chame de Sammy e nunca toque em meu livro!” 

O mais estranho disso tudo, foi que mamãe viu ele gritando desse jeito comigo e apenas abaixou a cabeça e o levou para o quarto. 

Preciso dormir! 

05 de Junho 

É provável que eu já esteja morta enquanto você lê isso, não tenho mais nada a fazer, minha vida está condenada. 

Acordei de madrugada com mamãe gritando com Sam e depois ouvi ela gritar para que eu trancasse a porta. Pensando que mamãe estivesse em perigo, abri a porta de leve e vi algo que jamais me esquecerei: 

Sam vinha correndo de quatro pelo corredor, com o livro pendurado na boca, estava coberto de sangue. Pensei em ajuda-lo, mas o jeito demoníaco que ele se movia fez com que eu trancasse a porta. Ouvi uma batida surda na porta e percebi que ela não resistiria, então arrastei minha escrivaninha pra frente dela e me escondi atrás da cama. A barricada que fiz não irá durar muito. 

Estou sentindo a madeira se rachando, ele estará aqui em breve. Já gritei pela mamãe, mas acho que aconteceu algo com ela, ela não responde. 

Agora entendo o que aconteceu com meus irmãos, sou a próxima da fila, a última. 

A porta não resistiu, Sam entrou, e ele não está sozinho.