17 agosto, 2015

Creepypasta: O beijo

Em uma noite, há algum tempo atrás. Tiago, um assalariado que já estava corado devido ao número de cervejas que havia bebido, comemorava o grande negócio que havia feito, conseguindo muito dinheiro para a empresa e uma promoção. Ele passou a noite bebendo com seus colegas de trabalho.

No bar, havia uma mulher sentada sozinha. Ela era linda e elegante, com olhos cativantes e cabelos negros brilhosos. Ela usava uma máscara cirúrgica como proteção contra a poeira e poluição que rondavam o ar.

Tiago, o assalariado, sentindo uma coragem atípica, sentou ao lado da mulher, lhe pagou um drink - que ela sequer tocou - e iniciou uma conversa sobre seu sucesso na empresa e seu futuro promissor. Ela respondia bem tímida, porém desinteressada, então ele sugeriu que os dois saíssem para um bar mais "privado" que ele conhecia perto dali. Ela aceitou ao que ele se despediu de seus colegas com apenas uma leve piscada.

Tiago foi rápido e direto. Levou-a para um beco escuro, tirou-lhe o casaco e olhou diretamente naqueles olhos encantadores.

"Eu sou bonita?" A mulher perguntou com uma voz trêmula, abafada pela máscara cirúrgica.

"Muito linda." Ele respondeu, aproximando seu rosto do dela.

"Eu sou bonita?" Ela repetiu enquanto levava as mãos atrás da cabeça, pronta para desfazer a barreira entre suas bocas.

"Muito linda." Ele disse novamente, antecipando o beijo.

A máscara caiu de seu rosto e Tiago congelou. Era incapaz de gritar. A boca da mulher era rasgada de uma orelha à outra, ocupando toda a parte inferior de seu rosto. Abaixo do nariz haviam duas camadas de pele abertas o suficiente para mostrar duas fileiras de enormes dentes pontiagudos. Ela abriu sua boca de uma forma impossível a um ser humano normal. Então aquela boca disforme conseguiu pronunciar novamente aquelas palavras: "Eu sou bonita?"

Tiago, 30 anos, apenas um assalariado. Seu corpo nunca foi encontrado.